terça-feira, 28 de setembro de 2010

O que é a Gerontologia ?

Proposta por Metchnicoff em 1903 (Neri, 2008), a Gerontologia (do grego gero = envelhecimento + logia = estudo) é a ciência que estuda o processo de envelhecimento nas dimensões: biológica, psicológica e social. De acordo com Neri (2008), a Gerontologia trata-se de um “campo multi e interdisciplinar que visa à descrição e à explicação das mudanças típicas do processo de envelhecimento e de determinantes genético-biológicos, psicológicos e socioculturais” (p.95).

A Gerontologia é o campo de estudos que investiga as experiências de velhice e envelhecimento em diferentes contextos socioculturais e históricos, abrangendo aspectos do envelhecimento normal e patológico. Investiga o potencial de desenvolvimento humano associado ao curso de vida e ao processo de envelhecimento. Caracteriza-se como um campo de estudos multidisciplinar, recebendo contribuições metodológicas e conceituais da biologia, psicologia, ciências sociais e de disciplinas como a biodemografia, neuropsicologia, história, filosofia, direito, enfermagem, psicologia educacional, psicologia clínica e medicina (Neri, 2008).

Para Alkema e Alley (2006) a Gerontologia estuda os processos associados à idade, ao envelhecimento e à velhice, sendo uma área de convergência entre a biologia, sociologia e a psicologia do envelhecimento. O envelhecimento, nesse sentido, representa a dinâmica de passagem do tempo e a velhice inclui como a sociedade define as pessoas idosas. A biologia do envelhecimento estuda o impacto da passagem do tempo nos processos fisiológicos ao longo do curso de vida e na velhice. A psicologia do envelhecimento, por sua vez, se concentra nos aspectos cognitivos, afetivos e emocionais relacionados à idade e ao envelhecimento, com ênfase no processo de desenvolvimento humano. A sociologia baseia-se em períodos específicos do ciclo de vida e concentra-se nas circunstâncias sócio-culturais que afetam o envelhecimento e as pessoas idosas.

Texto baseia-se no capítulo produzido pela Profa Dra. Anita Liberalesso Neri.

MARCOS IMPORTANTES NA EVOLUÇÃO DA GERONTOLOGIA

O estudo da velhice e dos fatores associados ao envelhecimento cresce de forma sem precedentes após a 2ª Guerra Mundial, com o aumento das populações idosas e com o envelhecimento de pesquisadores que se interessavam em investigar as fases iniciais do curso de vida. No entanto, a velhice já era objeto de reflexão por filósofos e sociedades da idade antiga. Cícero (106-42 antes de Cristo), cidadão e filósofo grego, no manuscrito Senectude, levanta inúmeros dilemas sobre a velhice, abordando os estereótipos e a heterogeneidade dos anciãos em relação ao convívio social, a manutenção da capacidade física e mental. Para o filósofo, já idoso, a disciplina e as atitudes diante da vida eram conceitos importantes para se envelhecer bem. A velhice, nesse contexto, não remetia necessariamente a um quadro de decrepitude e senilidade. Mesmo com a redução das habilidades físicas e mentais ainda era possível se adaptar, continuar socialmente engajado e participar de contextos de aprendizagem (Birren e Schroots, 2001).

Ao longo da idade média e idade moderna a velhice é tratada por estudiosos que se propunham a descrever os processos associados às doenças, à anatomia, à fisiologia do organismo dos adultos idosos. O conhecimento acumulado nesse período reuniu suposições que embasaram pesquisas e estudos posteriores. A diminuição da eficiência dos processos fisiológicos, aliada à diminuição da capacidade de enfrentar estressores, foi amplamente descrita.

A teoria de Charles Darwin (1801-1882) sobre a evolução das espécies impactou o desenvolvimento de ciências como a biologia e a psicologia do desenvolvimento. Os princípios da teoria de Darwin compreendiam: progressividade da evolução das espécies, seletividade, criatividade, continuidade das mudanças e multidirecionalidade. Com base nesses princípios, psicólogos como Gesell, Bühler, Freud, Jung e Piaget desenvolveram teorias que organizavam o desenvolvimento humano em estágios, nas quais a velhice não estava incluída . Essas teorias se fundavam nas seguintes premissas:

1) sequencialidade das transformações; 2) unidirecionalidade; 3) orientação à meta; 4) irreversibilidade; 5) característica estrutural-qualitativa das transformações; 6) unidirecionalidade dos processos de mudança.

Ao longo do século XX, o estudo de temas relacionados ao curso de vida, desenvolvimento e inteligência evoluiu de forma contínua e gradual. A partir de 1950, a teoria de ciclos de vida proposta por Erik Erikson forneceu as bases para teorias que versavam sobre o desenvolvimento ao longo do curso de vida (life-span). Dedicava-se a estudar a meia-idade e a velhice, com ênfase nas boas condições associadas a essas etapas e ao potencial de desenvolvimento inerente ao final da vida. Paralelamente, as ciências sociais e psicológicas passam a considerar que o desenvolvimento é influenciado por trajetórias evolutivas socialmente construídas.

O modelo deficitário de desenvolvimento mental na vida adulta e velhice, que versava sobre a aparente “involução” das capacidades intelectuais em adultos de meia-idade e idosos (período da 1ª Guerra Mundial), passa a ser substituído por teorias que consideram as mudanças sócio-históricas e as influências culturais sobre o desenvolvimento. Muitos dados importantes foram gerados pelo estudo longitudinal conduzido por K.W. Schaie a partir de 1955, em Seattle – Estados Unidos. Schaie e colaboradores observaram que adultos e idosos expostos a condições sociais e educacionais favoráveis em fases anteriores da vida apresentavam melhor desempenho intelectual ao longo do curso de vida.

Nas décadas de 1980 e 1990, com o avanço da Gerontologia e dos estudos, novas linhas de investigação foram conduzidas. A Gerontologia passa a se interessar por temas como: plasticidade (capacidade de mudança em face da experiência e uso); adaptação, seleção e otimização de recursos e habilidades (referenciados pela teoria de Paul Baltes e Margret Baltes); sabedoria; dependência aprendida (referenciada em Margret Baltes); seletividade emocional (Laura Carstensen); hormesis (estressores de pouco impacto que beneficiam o organismo e o preparam a enfrentar estressores de maior impacto); e modelos teóricos para mensurar a velhice bem-sucedida (referenciados pela pesquisa conduzida por Rowe e Kahn) e a velhice acompanhada por incapacidades e fragilidade (como Linda Fried e colaboradores).




A GERONTOLOGIA FRENTE OS DESAFIOS DO ENVELHECIMENTO


O aumento da expectativa de vida ou a esperança de vida ao nascer, a diminuição da natalidade e o acelerado processo de envelhecimento da população brasileira têm preocupado cada vez mais cientistas, intelectuais e formuladores de políticas públicas. Estima-se que em 2050 um quarto da população mundial será composta por idosos, o que equivalerá a 2 bilhões de habitantes. Ao contrário dos países desenvolvidos, o aumento da população idosa nos países em desenvolvimento como o Brasil é acompanhado por necessidades sociais e de saúde como: analfabetismo, pobreza, elevada projeção de doenças crônicas, pouco acesso aos serviços sociais e de saúde, número insuficiente de programas para a população idosa, e ausência de políticas voltadas para a prevenção e promoção de saúde que considere o curso de vida.

O desafio da Gerontologia como um campo de estudos e de atuação profissional concentra-se em garantir que a velhice e o processo de envelhecimento sejam processos orientados e bem-assistidos. Torna-se imprescindível que o aumento da expectativa de vida seja acompanhado por ganhos na qualidade de vida, satisfação e bem-estar.


REFERÊNCIAS

ALKEMA, G.E.; ALLEY, D.E. Gerontology´s Future: An integrative model for disciplinary advancement. The Gerontologist, v. 46, n.5, p. 574-582, 2006.

BIRREN, J.E.; SCHROOTS, J.J. The History of Geropsychology. In: BIRREN, J.E.; SCHAIE, K.W. (eds) Handbook of the Psychology of Aging. San Diego, CA: Academic Press, 2001, cap.01, p. 01-15.

GOMES, C. B. USP Leste a expansão da universidade: do oeste para o leste. São Paulo: Edusp, 2005.

LOPES, A. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e os desafios da Gerontologia no Brasil. Dissertação de Mestrado. 2000. Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas.

NERI, A.L. Palavras-chave em Gerontologia. 3ª ed. Campinas: Alínea, 2008.



http://pt.wikipedia.org/wiki/Gerontologia

Definição de Animação Sociocultural

"A Animação Sócio-Cultural é um conjunto de práticas sociais que têm como finalidade estimular a iniciativa, bem como a participação das comunidades no processo do seu próprio desenvolvimento e na dinâmica global da vida sócio-política em que estão integrados." (UNESCO)

Fases 3 e 4 da Elaboraçao de um Projecto de Animação

Para se ser bom animador, não é suficiente só se ter boas intenções. É necessário ter capacidades, conhecimentos, métodos, técnicas, procedimentos de acção, etc. para agir eficazmente numa acção social. Tudo em prol da transferência de tecnologias sociais, que permitam atribuir capacidades para a animação.
Após o reconhecimento dos grupos envolvidos, será atribuída uma “abertura” a cursos, seminários, como base para a organização de actividades de animação, como também, programas de formação que irão ao encontro de um grupo restrito que esteja motivado e interessado nesse sentido.
A animação sociocultural pressupõe, essencialmente, a capacidade dos sujeitos envolvidos, logo, o conhecimento de técnicas instrumentais e a compreensão da realidade. Este domínio de técnicas instrumentais é fulcral para uma actividade sociocultural autónoma, de acordo com as necessidades vigentes. No seu conjunto são cerca de seis técnicas, são elas: técnicas de trabalho com grupos, de comunicação social, de comunicação oral, de estudo e conhecimento da realidade, de programas de actividades, de organização e administração.
É de sublinhar que, apesar da importância das técnicas, para que um animador possa animar, é indispensável um conhecimento profundo das ciências humanas, do seio cultural e uma certa sensibilidade de captação à realidade envolvente
Em suma, um bom animador deve conhecer a sociedade e realidade em que vive, pois assim, saberá interpretar essa mesma sociedade para alcançar a sua liberdade. Portanto, quem não sabe é como quem não vê, ou seja, vive cego pela ignorância, face aos problemas existentes na comunidade.

Antes de mais é necessário ter em conta que não é possível sensibilizar, motivar, consciencializar ou mobilizar, sem que primeiro se passe para a prática, para a acção. Todos os animadores socioculturais devem ter em atenção que são estes momento que devem conduzir a realização das actividades, e que um princípio básico da animação é que se “aprende fazendo”.
Assim, quando se leva a cabo a tarefa de promover, organizar e desenrolar actividades socioculturais, há que ter em atenção quatro aspectos básicos:

•Deve-se partir de problemas e situações nas quais as pessoas se encontram, ou seja, é necessário ter um contacto directo com a realidade em que se trabalha.

•É necessário articular estes programas de animação com organizações de base, com o objectivo de fazer com que as propostas que se fazem tenham em conta particularmente os interesses e o ponto de vista das mesmas.

•Não se deve propor nunca programas já formulados, ou programas standard. As actividades de suporte a um programa são muito variadas. Para cada realidade, para cada circunstância e para cada grupo em concreto é necessário elaborar propostas específicas.

•É necessário também ter em conta a multiplicidades de iniciativas e de instituições que promovem e realizam actividades nos âmbitos sociais, culturais e educativos.

Referências Bibliograficas:
Ander-Egg, (2000). Tareas iniciales para llevar a cabo un programa, proyecto o actividades de animación. In Ander-Egg. Metodologia y Práctica de la Animación Sociocultural. Madrid: Editorial CCS. 296-308

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ANASC

A ANASC, Associação Nacional de Animadores Socioculturais foi fundada em Janeiro de 1996 em Vila Real, Trás-os-Montes, no seguimento de um primeiro congresso sobre Animação Sociocultural realizado em 1995 naquela cidade.

Tendo como objectivos estatutários "promover a reflexão sobre a formação de Animadores Socioculturais ou Animadores Culturais (...). Contribuir para a definição da carreira e do Estatuto dos Animadores Socioculturais. Organizar encontros, colóquios, conferências, seminários e congressos. Promover a formação de Animadores Culturais e Socioculturais. Organizar grupos de trabalho para a investigação, estudo e análise das questões da Animação e dos Animadores. Promover o intercâmbio e cooperação com Associações e Organismos nacionais e estrangeiros similares. Edição e divulgação de jornais, revistas e livros sobre Animação e Animadores."

Neste sentido, foram já realizados seis congressos (Vila Real - 1995, Vila Real - 1996, Viana do Castelo - 1997, Viseu – 1998, Coimbra – 1999 e Espinho - 2001), nos quais participaram diversos especialistas nacionais e estrangeiros, transformando estes acontecimentos em importantes centros de discussão e de reflexão sobre a problemática da Animação Sociocultural e dos Animadores Socioculturais.

Dando continuidade aos objectivos da Associação e a uma antiga aspiração dos Animadores Socioculturais, após o Congresso realizado em Viseu, foi desenvolvido um processo de elaboração do Estatuto e da Carreira do Animador Sociocultural, baseado na constituição de um grupo de trabalho com animadores oriundos de diversas regiões do País e com experiências muito diferentes. Durante um ano este grupo de trabalho foi construindo os documentos que em Novembro de 1999 foram aprovados na Assembleia Geral da ANASC em Coimbra e ratificados pelo Congresso reunido nessa mesma cidade. Nasceu assim o primeiro Estatuto do Animador Sociocultural em Portugal depois de muitos anos de discussão.

A institucionalização do Estatuto aprovado tem sido uma das preocupações das várias direcções da ANASC, sem que até ao momento tenha sido possível concretizar esse objectivo.

Para além dos congressos realizados a ANASC promoveu em 2002 um seminário com o tema “Animação Sociocultural e Participação”, em Palmela, que contou com a participação de oradores nacionais e estrangeiros.

A ANASC tem, igualmente, editados diversas publicações sobre Animação Sociocultural.

Em 2004 realizou-se o VII Congresso de Animação Sociocultural que decorreu em Setúbal nos dias 4, 5 e 6 de Março.


(http://anasc.no.sapo.pt/)

O perfil e Competâncias do Animador Sociocultural

A figura do animador desempenha um papel central no método da animação. É ele quem assume a responsabilidade de promover a vida do grupo através do uso dos instrumentos que dinamizam as pessoas envolvidas por este método.
Para que desempenhe eficazmente as suas funções, existem três áreas fundamentais que o animador deve ter em conta: o ser, o saber e o saber-fazer.
- O ser, é constituído pela sua identidade pessoal
- O saber, refere-se aos conhecimentos que deve possuir para desempenhar convenientemente a sua tarefa formativa. Além disso, um animador, conforme a área específica do seu desempenho, terá uma formação consoante o seu sector, o contexto e o conteúdo respectivos.
- O saber-fazer, reporta-se à metodologia que usa para dar vida ao grupo que anima, a qual é sempre o reflexo do seu ser e do seu saber.

Ao animador, compete dar tempo e espaço para que a vida desabroche nos animandos. Através das suas atitudes, o animador promove o protagonismo, a liberdade, a responsabilidade e o crescimento do destinatário.


(In Jacinto Jardim- "O ´Método da Animação")


Gostei bastante deste pequeno excerto pois explica muito o perfil do Animador Sociocultural, ele refere factos muito importantes como: o ser, o saber e o saber-fazer.Para ajudar alguém devemos ter uma noção consciente daquilo que somos ou quem somos, só assim poderemos ajudar alguém e utilizar as metodologias para um melhor aproveitamento. A formação dos Animadores Socioculturais é fundamental para um bom desempenho na sua função.

Qual o papel e função do animador sociocultural?
O papel do animador consiste em desenvolver a auto estima a confiança e a personalidade dos participantes, fazendo com que estes tomem a iniciativa de levar a cabo actividades sociais, culturais, educativa, criar um dinamismo comunitário que reforce o conjunto social e as redes sociais e ainda para despertar o interesse dos participantes por uma formação persistente.

As suas funções consistem em organizar, coordenar, desenvolver, actividades de animação e desenvolvimentos de grupos e comunidades através de programação de um conjunto de actividades a nível educativo, cultural, desportivo e social, bem como promover, encorajar, animar, despertar ansiedades que afoitam a acção, germinam potencialidades latentes a todos os indivíduos, grupos sociais e comunidades.

Qual o perfil de competências necessárias para se ser animador Sociocultural?
As competências são as seguintes:

Saberes
Noções de:
» Politica social
» Gerontologia
» Tecnologias de informação
Conhecimentos de:
» Expressão corporal, dramática, musical e plástica
» Psicopatologia da adolescência e da juventude
» Educação física, desporto e equipamentos desportivos
Conhecimentos aprofundados de:
» Técnicas de animação
» Intervenção comunitária
» Animação e Intervenção social
» Artes e actividades recreativas
» Psicologia
» Sociologia
» Psicossociologia

Saberes-Fazer
1. Ler e interpretar diagnósticos sociais da comunidade e relatórios psicológicos e sociais clientes/utilizadores, ou programas de animação identificando as principais áreas de intervenção.
2. Utilizar técnicas de observação, entrevistas e questionários.
3. Identificar e seleccionar as técnicas e práticas de animação tendo em conta o tipo de programas de animação, e características dos clientes/utilizadores, dos grupos e das comunidades e os objectivos que pretende atingir.
4. Identificar os recursos necessários para a concretização de projectos de intervenção sócio-comunitária e de animação.
5. Identificar as necessidades e as motivações individuais e do grupo.
6. Incentivar os clientes/utilizadores a organizarem a sua vida no seu meio envolvente e a integrar-se na sociedade, participando activamente, construindo o seu projecto de vida e demonstrando através da realização de diversas actividades quais as capacidades e competências de cada um.
7. Sensibilizar e envolver a comunidade no acompanhamento deste tipo de grupos, de forma a fomentar a sua integração.
8. Envolver as famílias nas actividades desenvolvidas, fomentando a sua participação.
9. Despistar situações de risco, encaminhando-o para as equipas técnicas especializadas.
10. Seleccionar, organizar, sistematizar e manter actualizada informação relativa às actividades desenvolvidas.

Saberes Ser
1. Trabalhar em equipas multidisciplinares.
2. Adaptar-se às diferenças individuais, situacionais e socioculturais e a ambientes diversos.
3. Comunicar de forma clara, precisa, persuasiva e assertiva.
4. Estabelecer relações interpessoais empáticas.
5. Demonstrar autonomia e criatividade na resolução das actividades.
6. Motivar e valorizar os clientes/utilizadores.
7. Demonstrar estabilidade emocional e auto-controlo.
8. Gerir conflitos.
9. Demonstrar segurança e confiança.
10. Demonstrar capacidade de observação.
11. Demonstrar persistência na sua actividade profissional.
12. Demonstrar compreensão e sensibilidade.
13. Lidar com situações de insucesso e dar valor aos pequenos progressos.
14. Adaptar-se a situações imprevistas.
15. Estabelecer relações de cooperação dentro de equipas multidisciplinares.
16. Agir em conformidade com as normas de higiene e segurança no trabalho.


Onde pode trabalhar um Animador sociocultural?
Dado que Educar é Animar e Animar é Educar, torna-se imprescindível a existência de uma relação indissociável.

Tanto no trabalho social como na prática educativa, tem-se recorrido à Animação como motivação, podendo desenvolver actividades de animação e socioculturais (de carácter educativo, social, cultural, ocupacional, lúdico e recreativo) dirigidas a indivíduos, instituições, grupos e comunidades.

O Animador Sociocultural pode desenvolver projectos de animação sociocultural em diversas áreas: cultural, social, educativa, ambiental, artístico-cultural, entre outras.

Eis alguns exemplos:
* Associações e Centros Culturais, Recreativos e Desportivos;
* Autarquias locais;
* Bibliotecas, Ludotecas e Fonotecas;
* Museus, Instituições de Gestão do Património e de Gestão Ambiental;
* Casas e Centros da Juventude;
* Equipamentos Sociais de Apoio a Idosos;
* Centros de Apoio a Deficientes;
* Instituições de Apoio à Infância;
* Empresas dedicadas à Animação de Festas ou de Ambientes Públicos;
* Ateliers de Ocupação de Tempos Livres;
* Hotéis;
* Monumentos;
* Galerias de Arte

Quais são os direitos e deveres do animador?
O animador sociocultural, tal como todos os trabalhadores de outras áreas, também tem direitos e deveres. Estes são:

Direitos
> Direito de participação;
> Direito à formação e informação para o exercício da sua função;
> Direito ao apoio técnico, material e documental;
> Direito à segurança na actividade profissional;
> Direito à negociação colectiva.

Deveres
> Contribuir para a formação e realização integral dos indivíduos, promovendo o desenvolvimento das suas capacidades, estimulando a sua autonomia e criatividade, incentivando a formação de cidadãos civicamente responsáveis e democraticamente intervenientes na vida da comunidade;
> Reconhecer e respeitar as diferenças socioculturais dos membros da comunidade, valorizando os diferentes saberes e culturas, combatendo processos de exclusão e discriminação, promovendo a interculturalidade;
> Colaborar com todos os intervenientes da animação sociocultural, favorecendo a criação e o desenvolvimento de relações de respeito mútuo;
> Participar na organização e assegurar a realização das actividades de animação sociocultural;
> Sigilo profissional, respeitando a natureza confidencial da informação relativa aos cidadãos;
> Reflectir sobre o trabalho realizado individual e colectivamente;
> Enriquecer e partilhar os recursos da animação sociocultural, bem como utilizar novos meios que lhe sejam propostos numa perspectiva de abertura à inovação e de reforço da qualidade da animação sociocultural;
> Co-responsabilizar-se pela preservação e uso adequado das instalações e equipamentos que utilize;
> Actualizar e aperfeiçoar os seus conhecimentos, capacidades e competências, numa perspectiva de desenvolvimento pessoal e profissional;
> Cooperar com os restantes intervenientes na animação sociocultural com vista à implementação de projectos e animação;
> Promover as relações internacionais e a aproximação entre povos.

(Joana Barbosa)

A Institucionalização do Idoso

Nos últimos anos tem-se verificado um aumento progressivo de idosos na nossa sociedade. De forma gradual, mas principalmente a partir dos anos 50 e 60, foram-se criadas, quer pelo estado quer pela sociedade, algumas respostas e equipamentos destinados aos mais velhos, com o objectivo de promover o seu bem estar, mas também bons cuidados de saúde.

Nos finais dos anos 60 surgiram as primeiras valências de Centros de Dia. No início dos anos 80 surgem com mais intensidade os Serviços de Apoio Domiciliário, que têm por objectivo prestar alguns serviços do centro de dia no domicílio do utente.

Muitos deles, nos dias de hoje, estão em instituições do Estado (IPSS) ou de âmbito privado (Casas de Repouso e Residências Geriátricas).

existem diversos motivos para recorrer à institucionalização, entre os quais: o idoso não ter condições para morar sozinho e não querer morar com a familia e esta não querer (ou não ter condições para) cuidar dele.

Entendemos por institucionalização o facto de os idosos passarem os dias inteiros numa instituição (integrando a valência de Lar) ou parte do seu dia (fazendo parte da valência de Apoio Domiciliário) que não a sua familia.

Esta "... é a forma mais cara de prestar cuidados de longa duração a pessoas idosas e a pessoas com deficiência. (...) Os custos da institucionalização podem chegar a ser sete vezes superiores aos dos cuidados ao domicílio" (Bach, Intintola e Alba, Holland, 1992, citado por Quintela).

A sua finalidade é permitir uma assistência melhor, companhia, um espaço de convivência maior do que teria supostamente em casa.

Por vezes os idosos vão por sua livre vontade para os Lares de idosos, Centros de dia ou Residências Geriatricas, mas alguns vão contra a sua vontade, ou com uma ideia diferente do local para onde vão.

As suas reacções à institucionalização são muito diferentes.

Deixo uma curta metragem alusiva a esta temática. De nome: "Fuera de lugar", contou com os actores Andrés Resino e Claudia Molina.



SHORTFILM/CORTOMETRAJE. "OUT OF PLACE"/"FUERA DE LUGAR" from Rosario F. Yubero on Vimeo.



A metragem está bastante explicita, alguma palavra que não entendam têm o tradutor ao vosso lado esquerdo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Mafalda Veiga - Vertigem



Gostei imenso deste video e decidi publicar aqui, esta música dá muito que pensar... experimentem ouvi-la com atenção e ver este fantástico video que retirei do youtube. Nada nos deve passar ao lado, devemos agir e intervir em muitas situações do nosso dia-a-dia.

(Joana Barbosa)

Poema do Idoso

Gerontologia

A Gerontologia é a ciência que estuda os idosos, a velhice e o envelhecimento, tendo como principais objectivos de estudo as modificações morfológicas, fisiológicas, psicológicas e sociais decorrentes do processo de envelhecimento, independentemente de qualquer fenómeno patológico.
O curso de Gerontologia pretende formar profissionais com competências que lhes permitirão intervir junto da população idosa numa perspectiva bio-psico-social. Assim, o Gerontólogo será o profissional responsável pela avaliação, intervenção e estudo científico do fenómeno do envelhecimento humano e prevenção dos problemas pessoais e sociais a ele associado. Também é o responsável pela promoção de um envelhecimento bem sucedido bem como pela administração e organização dos serviços de preservação de cuidados a idosos. Por isso, o Gerontólogo poderá exercer a sua prática profissional em contacto directo ou indirecto com a população idosa.


Saídas Profissionais

Lares de idosos;
Centros de dia;
Centros de convívio;
Serviços de apoio domiciliário;
Apoio domiciliário integrado;
Câmaras Municipais;
Centros de Segurança Social;
Universidades da Terceira Idade;
Centros de Saúde;
Empresas de Consultadoria Social;
Outras instituições de apoio directo ou indirecto à população idosa.


Competências do Gerontólogo:

Conhecer os processos normais de envelhecimento detectando atempadamente desvios de carácter patológico;

Gerir, administrar e organizar serviços de preservação do bem-estar das comunidades em envelhecimento.

Implementar programas de prevenção e promoção dos processos de desenvolvimento no idoso;

Avaliar problemas de envelhecimento, qualidade de vida e bem-estar nas populações idosas;

Participar de forma activa na avaliação multidisciplinar dos gerontes, supervisionando o cumprimento e a vigilância das prescrições clínica e ou terapêutica, com a finalidade de promover o suporte e a segurança para o bem-estar dos indivíduos;

Intervir na comunidade, junto dos idosos e prestadores de cuidados (formais e informais);

Acompanhar e/ou encaminhar os idosos em situações agudas, reabilitação e morte;

Participar em trabalhos de investigação clínica e de saúde pública com vista ao estabelecimento dos padrões de qualidade de vida das populações em envelhecimento;

Intervir ao nível da prevenção e promoção da saúde;

Intervir nas áreas da investigação científica, de gestão e de ensino, seja em iniciativas institucionais, seja em Projectos interinstitucionais.